E o que nos cabe senão “empurrar” nossos filhos para a vida? Por mais que nos doa e seja difícil esse: “vá filho, que o mundo é seu e a vida lá fora lhe espera”, é essa a nossa missão. Que sentido teria os filhos crescerem dependentes de nós? Sem autoconfiança para dar seus passos, buscar realizar seus sonhos, viver as suas escolhas, correr os seus riscos e construir a sua própria vida? Por mais que desejemos isso, a educação só tem sentido se favorece a continuidade da vida. E eles empoderados, realizados, independentes, voltarão a estar ao nosso lado por escolha, por prazer da nossa companhia, por desejo de partilhar momentos ao nosso lado e não por dependência, e não por incapacidade de dar os seus próprios passos.
Já dizia Calil Gibran: “Vossos filhos não são vossos filhos, são filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma”.
Na tela Van Gogh ilustra os primeiros passos de uma criança. Ela no chão, a mãe com as mãos nos seus ombros permitindo que ela vá e o pai em frente de braços abertos esperando-a. Imaginem como uma criança que vive diversas experiências ao longo da sua infância dessa forma vai se constituir?
Sentir-se encorajado por alguém que a gente ama a dar os nossos passos e ver o mundo de braços abertos para nós nos possibilita construir autoconfiança. Eu posso! Eu consigo! Eu dou conta! Se eu cair, levanto! Se errar, aprendo! Insisto! Vou de novo! Crer em si é o maior legado que podemos deixar para eles.
O mundo pode ser convidativo, atraente, encantador ou ameaçador, perigoso e arriscado demais. Vai depender de quem nos mostre.
A adaptação escolar nada mais é do que a uma valiosa oportunidade para criança ir construindo sua auto confiança, dando seus primeiros passos em direção ao mundo social, às experiência fora do ambiente familiar. Favoreça que ela seja vivida com coragem, confiança e entusiasmo. Por mais difícil que pareça, diga ao seu filho: “vá filho, o mundo lhe espera, e eu estarei sempre aqui”!
Porque como escreveu Khalil Gibran:
“Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas. O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força para que suas flechas se projetem rápidas e para longe. Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria: Pois assim como ele ama a flecha que voa, ama também o arco que permanece estável”.
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