Passamos o dia, muitas vezes, “engolindo sapos”, respirando fundo, contando até dez para não perder a mão diante dos desafios diários das nossas vidas, com o trânsito, com a violência, com a política, com o nosso chefe ou funcionário, com o nosso parceiro ou com o nosso cliente.
Dessa forma vamos enchendo o copo! E ao chegarmos em casa, a noite, depois de um dia de trabalho, explodimos com os nossos filhos. Eles são o nosso “bode expiatório”, a nossa válvula de escape, a nossa “descarga” emocional e com ele permitimos a “água transbordar”. Com eles nos autorizamos a dizer e fazer coisas que não nos permitimos com mais ninguém. Por que são crianças? Por que são os nossos filhos? Com eles podemos perder a mão, a medida, a razão?
Justo com eles, quem nos têm como referência e modelo e com os quais os impactos são muito mais profundos quando essa experiência se torna a regra e não a exceção.
Não somos “mulher maravilha” e nem “super-homem”, somos de carne e osso, humanos, passíveis de falhas... Mas depois da explosão nos enchemos de culpa e remorso, pois sabemos, no nosso íntimo, que nossa ação não foi educativa e sim catártica.
Para que essa cena não se torne cotidiana e consigamos ter o nosso controle em dias, o que é muito difícil mesmo se faz necessário cuidar de nós. Assumir as nossa vulnerabilidade, reconhecer que temos limites e ter a ciência de qual é o gatilho que aciona o nosso descontrole.
Manter a mente limpa, o corpo são e a alma feliz são estratégias imprescindíveis ao nosso autocontrole. Fazer coisas que aliviam o estresse, nos dão prazer e nos fazem bem é uma forma de cuidar de nós. Seja atividade física, mediação, a leitura de bom livro, dançar, ouvir música, assistir a um filme, viajar, namorar... Seja o que for, busque recarregar as suas energias e manter o equilíbrio. Não podemos mudar o mundo, mas podemos mudar a forma que agimos diante desse mundo. Sair do piloto automático e agir com de forma consciente e não reagirmos apenas é o nosso grande desafio na educação de nossos filhos.
Cuidar de nós mesmos é também uma forma de cuidar deles. É muito mais favorável mantermos o controle, a paciência e a lucidez quando estamos bem.
Como podemos exigir que nossos filhos tenham autocontrole se estamos constantemente descontrolados? Não é fácil! Mas é possível!
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