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Filho feliz

Foto do escritor: Larissa MachadoLarissa Machado


É comum ouvirmos de todos os pais o desejo ardente de que seus filhos sejam felizes! Isso virou quase um jargão das famílias modernas. Fico pensando em qual é a verdadeira tradução dessa busca. A felicidade é uma garantia? Isso é possível? Os pais conseguirão, por sua vontade e esforço, fazerem seus filhos sentirem-se felizes? E, na concepção deles, o que são filhos felizes?


Tenho entendido, nesses 20 anos de trabalho junto a famílias, que os pais estão mesmo muito escravos desse desejo que nem sabem ao certo o que é e como se efetiva. Uma escravidão cega, que vulnerabiliza a si próprios como pais, referência de autoridade que devia ser, e também aos seus filhos, colocando-os num lugar de tiranos a ditarem os seus desejos que devem ser imediatamente realizados pelos seus pais que querem lhes ver felizes.

Aprofundando um pouco essa questão, fica claro que essa equação não tem um bom resultado. Podem os pais garantir a felicidade dos filhos? Há verdadeiramente fórmula de ser feliz? Os pais realizando todas as vontades de seus filhos estão sendo verdadeiramente pais, no exercício das suas funções? Os filhos nesse contexto ilusório de que tudo pode e que o outro tem a obrigação de preencher as suas expectativas estarão sendo formados para lidarem com as vicissitudes da vida?


Com as minhas incessantes reflexões a esse respeito penso em que bom seria se os pais dedicassem seus reais esforços para criarem filhos resilientes em vez de filhos felizes. Acredito piamente que dessa forma estariam trilhando um melhor caminho.


Resiliência é um conceito advindo da física que significa a capacidade de um material voltar ao seu estado inicial após sofrer algum tipo de tensão. Aplicando esse princípio no campo educativo, deveríamos focar os nossos esforços para formar filhos com uma estrutura interna capaz de enfrentar as dificuldades, apesar das incertezas e medo, e superá-las, retomando seu equilíbrio inicial. Ou seja, como isso se torna possível se os pais lutam para evitar que os filhos sofram? Poupam-os de qualquer tipo de dificuldade? Procuram evitar qualquer situação desafiadora e quando por ventura não conseguem, até porque eles não são onipotentes e oniscientes, acabam tomando a frente e resolvendo por seus filhos. Realmente esse caminho só há uma chegada, a de pessoas vulneráveis e com baixa autoconfiança, tiranos e superprotegidos.


Difícil ser feliz assim, não?

Formar pessoas resilientes não seria deixa-los viver a vida com todas as suas alegrias e conflitos? Diante das dificuldades os pais devem estar ao lado de seus filhos, mostrando-lhes a melhor forma de agir, mas impulsionando que ajam por si próprios.

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